segunda-feira, 21 de abril de 2014

Antes do antes

Mas se eu pedisse pra você ficar
E se o tempo voltasse, no tempo que a gente parou
E se não existisse palavras, que nunca deveriam serem ditas
E se minha saudade fosse como no dia em que te conheci
Mas se você ficasse
E se eu ficasse
Qual seria a porta certa a abrir?
E a caixa a ser fechada?
Você nunca vai saber quantas vezes eu chamei seu nome em silêncio
Mas se o tempo parasse, como parou na primeira vez que olhei dentro dos teus olhos
Ainda sim, você não saberia quantos abismos eu enfrentei para ficar perto de você
E se eu dissesse a você, que a vida que te completa é a mesma que me completa
Seria pouco, tão pouco como um universo pequeno que nos deixa longe
É esse espaço, esse vácuo que há entre nós
Mas quando estou com você é que como se não existissem relógios
É que as vezes eu te amo, entende?
E as vezes tudo que eu quero é nunca mais te ver
São essas coisas que nunca conseguimos separar
As frases que ficaram pra lá
São esses textos intermináveis
E seus pés em cima dos meus
Eu desejo não estar do seu lado daqui a dez anos
E as vezes eu daria tudo para estar com você outra vez
Entende?
Perguntas que eu faço, respostas que não acho
As vezes eu queria segurar sua mão
Mas meu pensamento está longe do seu, e as vezes tão perto que posso ouvir sua voz
E as vezes eu tenho vontade de morar em casas subterrâneas, para não ver seu rosto em cada pessoa que olho na rua
Eu não quero perder, e não quero achar
É como se houvesse um parasita dentro da minha cabeça, me trazendo imagens de antes... do antes...
Memoria involuntária, que insiste em lembrar seu nome
E o tempo, há o tempo
Tão complexo, como você e eu

Jéssica Mattos






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