Ela, quem é ela?

Mas se não fosse ela?
Quem seria ela?
Antes dela, ou depois dela
Ela, sim é ela
Porque antes e antes que vem do depois do antes
Eu sabia que era ela
Mas como pode ser ela? Se nem conheço ela?
Ela senta todos os dias no primeiro corredor
Tem olhos penetrantes e esculta Radiohead
Mas ela, é ela
Tem sido ela
E você sabe quem é ela? - Não, eu sei que é difícil rimar ela
Ela
Sem ela, não é ela
Sabe o nome dela? - Não, mas eu sei que ela gosta de comida Mexicana, sempre esquece dos óculos em cima do banco que ela senta todos os dias no primeiro corredor
Ela
Breve menosprezo, com gesto de afeição
Quantas vezes já falou com ela? Nenhuma, mas eu a entrego todos os dias os óculos, que ela esquece em cima do banco que ela senta todos os dias no primeiro corredor

Jéssica Mattos

Breve momento

E agora, quem está lá fora?

A pessoa que conheci, não é mesma que vejo por ai

O gosto que você tem

No gosto que eu gosto de ter

Você percebe a diferença das coisas?

Eu realmente, queria saber quem inventou essa coisa de amor?

Mas se as pedras não estivessem no caminho, você nunca tropeçaria em mim 

E eu nunca cairia em você

Eu não vejo razões cabíveis para continuar olhando nos seus olhos todas as manhãs

Mas onde estão seus olhos, todos os dias quando acordo?

É como uma poesia de Camões, ou como uma brisa que passa

Nada quero fazer

Nada quero ver

Nada que me leve a você

Eu quero estar perto

Eu quero estar longe

Percebe, é difícil me entender

Me satisfazer 

Talvez um breve momento

Que me leve até você

Jéssica Mattos

Antes do antes

Mas se eu pedisse pra você ficar
E se o tempo voltasse, no tempo que a gente parou
E se não existisse palavras, que nunca deveriam serem ditas
E se minha saudade fosse como no dia em que te conheci
Mas se você ficasse
E se eu ficasse
Qual seria a porta certa a abrir?
E a caixa a ser fechada?
Você nunca vai saber quantas vezes eu chamei seu nome em silêncio
Mas se o tempo parasse, como parou na primeira vez que olhei dentro dos teus olhos
Ainda sim, você não saberia quantos abismos eu enfrentei para ficar perto de você
E se eu dissesse a você, que a vida que te completa é a mesma que me completa
Seria pouco, tão pouco como um universo pequeno que nos deixa longe
É esse espaço, esse vácuo que há entre nós
Mas quando estou com você é que como se não existissem relógios
É que as vezes eu te amo, entende?
E as vezes tudo que eu quero é nunca mais te ver
São essas coisas que nunca conseguimos separar
As frases que ficaram pra lá
São esses textos intermináveis
E seus pés em cima dos meus
Eu desejo não estar do seu lado daqui a dez anos
E as vezes eu daria tudo para estar com você outra vez
Entende?
Perguntas que eu faço, respostas que não acho
As vezes eu queria segurar sua mão
Mas meu pensamento está longe do seu, e as vezes tão perto que posso ouvir sua voz
E as vezes eu tenho vontade de morar em casas subterrâneas, para não ver seu rosto em cada pessoa que olho na rua
Eu não quero perder, e não quero achar
É como se houvesse um parasita dentro da minha cabeça, me trazendo imagens de antes... do antes...
Memoria involuntária, que insiste em lembrar seu nome
E o tempo, há o tempo
Tão complexo, como você e eu

Jéssica Mattos

Nosso Fluxo

Seus sinais estão evidentes por toda a parte
O que você deseja ouvir agora
Eu posso te fazer voar
Seus corpo está arrepiado
Beijo venenoso, perfume viciante
Gosto de ouvir o sussurro da sua garganta dentro do meu ouvido
No meu corpo, como se nunca mais houvesse o amanhã
Fique em mim agora
Minha pulsação aumenta só de sentir você
Fale seus segredos mais ocultos
Quem mora dentro de você?
E por trás desses óculos escuros, existe outro alguém
Veja como fluxo entre nós só aumentar
Podemos girar agora

Jéssica Mattos

São seus pedaços

Quando você olha com esses seus olhos
Querendo mais, o mais de mim
Seu corpo no meu entrelaça
Seus mistérios
Estou perdida no seu labirinto
Mostre o melhor de mim
Eu mostro o melhor de você
Nosso jogo de amor só aumenta com a chuva
Encoste sua boca na minha
Me dê seu último álibi
Me dê seu último suspiro
Eu te encontro no fim do paraíso
Grite, grite! Como uma pecadora no céu
As paredes derretem nesse momento, tão sublime momento
Me mostre o que uma menina no fogo gosta
Me fale coisas proibidas
Pedaços do seu corpo
Você sabe o que é se sentir assim
Quero tocar sua respiração

Jéssica Mattos

Venha Garotinha

Venha garotinha, você sabe o que seu corpo faz com o meu
Venha garotinha, mostre o que há dentro de você
Esse seu terremoto, que desmonta aos poucos tudo que há em volta
Me diga de onde vem esse liquido viciante que sai da sua boca
Garota, seu veneno é mais gostoso que já provei
Venha garotinha, o barulho da sua cabeça atrai o meu
Venha garotinha, onde é o fim do labirinto dos seus lábios
No meio do fogo, consegue sentir ele queimar sua pele?
Ele está queimando tudo ao redor
Queimando seus pés, queimando suas costas
Queimando a chuva, o vento apenas a encendei-a mais
Venha garotinha, você está renascendo aos poucos
Venha garotinha, o inferno nunca é tão ruim assim
Eu estou chegando mais perto do abismo do seu orgasmo
Quem pode conter esse berço de insanidade?
Me mostre onde fica o pecado guardado em você
Esse é o suspiro mais alto que você pode dar?
Grite, ninguém na cidade vai escutar
Seus piores pesadelos, seus piores medos
Me diga, pequena garotinha quais são suas maiores vontades?
Vinho ele está descendo pelo seu corpo
Beba comigo, antes que ele acabe
Em um beco escuro, encontre a liberdade
Qual a chama que te acende?
Venha garotinha, eu tirei todos os dragões do quarto essa noite
Venha garotinha, eu montei um castelo apenas para você e eu
Anjos as vezes podem ser tão estúpidos, quanto demônios podem ser interessantes
Encontre minhas mãos agora, eu posso fazer você flutuar
Veja as folhas caindo, elas nascem novamente
Caindo, caindo
Você está caindo, quantas vezes você pode nascer essa noite?
Perdida na sua armadilha
Venha garotinha, onde seu fogo acaba?
Mostre o que os bandidos não podem ver
Veja como o fogo derrete você
Os espinhos te machucam?
Venha garotinha, até cansar de querer cair
Venha garotinha, até que os monstros saiam de baixo da cama

Jessica Mattos

Apague as luzes

Sua cor está diferente agora
Você já esteve com a sensação de não pode mudar as coisas?
Mas se a maré voltasse
Quantas vezes você diria o sim?
Palavras sem sentido
E um mundo que não para de girar
O não pode ser tão relativo quanto o sim
Quantos segredos você pode guardar?
Gavetas fechadas, sentimentos complexos
Você não tem ideia quantas cartas insanas eu guardei pro final
Linhas percorrendo o inicio
Fico pensando porque você está dentro da minha cabeça agora
Você já viu o escuro de olhos abertos?
Sabe aquele túnel, que você nunca enxerga o fim
Ou um castelo que você quer sempre maior
Você realmente não sabe, quantas noites já sonhei com você essa semana
As vezes é como se o tempo parasse
A musica continua, e sua voz também
Qual cor você vê?
Apague as luzes agora

Jéssica Mattos

Consegue entender isso agora?

Segredos que se mantem guardados
Acredite, a única forma de você realmente saber é nunca saber
Suas teorias sobre amor, não existem
O que é verdade, o que é mentira
Falar por falar, palavras são só palavras
Eu estou amarrada, por um fio invisível
Que insiste em me levar até você
Sempre que a tempestade cai
As coisas são mais difíceis de esconder, do que pensei
Então me fale, quem vai fechar a porta quando o inverno chegar?
A única coisa que você sabe sobre mim
É que um dia, estive ai
Mas se os dados caíssem agora, o que faria você ficar é mesma coisa que me faria ir embora
Você consegue entender a diferença entre nós?
Mundo estranho, que insiste no lugar onde tudo começou
Sobre suas crises existenciais, e seu jeito de virar os olhos
Eu penso, como seria se o fim começasse do inicio
E se o inicio começasse do fim
Rádios que tocam uma canção cansada
Eu nunca estive perto de você
Consegue entender isso agora?

Jéssica Mattos