sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Infinita Highway - Engenheiros do Hawaii


Você me faz correr demais.
Os riscos desta highway.
Você me faz correr atrás.
Do horizonte desta highway.
Ninguém por perto, silêncio no deserto.
Deserta highway.
Estamos sós e nenhum de nós.
Sabe exatamente onde vai parar.
Mas não precisamos saber pra onde vamos.
Nós só precisamos ir.
Não queremos ter o que não temos.
Nós só queremos viver.
Sem motivos, nem objetivos.
Nós estamos vivos e é tudo.
É sobretudo a lei.
Dessa infinita highway.
Quando eu vivia e morria na cidade.
Eu não tinha nada, nada a temer.
Mas eu tinha medo, medo dessa estrada.
Olhe só, veja você.
Quando eu vivia e morria na cidade.
Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor.
Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava.
E à noite eu acordava banhado em suor.
Não queremos lembrar o que esquecemos.
Nós só queremos viver.
Não queremos aprender o que sabemos.
Não queremos nem saber.
Sem motivos, nem objetivos.
Estamos vivos e é só.
Só obedecemos a lei.
Da infinita highway.
Escute, garota, o vento canta uma canção.
Dessas que a gente nunca canta sem razão.
Me diga, garota: será a estrada uma prisão?
Eu acho que sim, você finge que não.
Mas nem por isso ficaremos parados.
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão.
"Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre"
Se tanta gente vive sem ter como comer.
Estamos sós e nenhum de nós.
Sabe onde vai parar.
Estamos vivos, sem motivos.
Que motivos temos pra estar?
Atrás de palavras escondidas.
Nas entrelinhas do horizonte dessa highway.
Silenciosa highway.
Eu vejo um horizonte trêmulo.
Eu tenho os olhos úmidos.
Eu posso estar completamente enganado.
Eu posso estar correndo pro lado errado.
Mas "a dúvida é o preço da pureza"
É inútil ter certeza.
Eu vejo as placas dizendo.
"não corra, não morra, não fume"
Eu vejo as placas cortando o horizonte.
Elas parecem facas de dois gumes.
Minha vida é tão confusa quanto a América Central.
Por isso não me acuse de ser irracional.
Escute, garota, façamos um trato:
Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato.
Eu posso ser um Beatle, um beatnik.
Ou um bitolado.
Mas eu não sou ator.
Eu não tô à toa do teu lado.
Por isso, garota, façamos um trato:
De não usar a highway pra causar impacto.
Cento e dez, cento e vinte.
Cento e sessenta.
Só prá ver até quando o motor agüenta.
Na boca, em vez de um beijo,
Um chiclet de menta.
E a sombra do sorriso que eu deixei.
Numa das curvas da highway.

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